Mais da metade (54%) das indústrias instaladas nas regiões Metropolitana e Sul Fluminense foi impactada pelas chuvas que acometeram o estado do Rio, nos dias 8 e 9 de abril, mostra pesquisa realizada pela Firjan. Das 516 empresas ouvidas, 9% declararam que tiveram a sua produção totalmente paralisada e 5% calcularam média de oito dias para restabelecer plenamente seu funcionamento.
Segundo estimativas da Firjan, os impactos implicam em uma perda de R$ 39,8 milhões no PIB da indústria do Rio de Janeiro, com queda de faturamento já identificada por pelo menos 14% das empresas das duas regiões. Os setores mais prejudicados foram os de Construção Pesada e Civil e Moda.
Entre os principais impactos relatados, 38% das indústrias sofreram alagamentos em seu entorno, o que impossibilitou a chegada de funcionários em 34% das empresas, o que corresponde a 45,5 mil pessoas com deslocamento comprometido. “Somos uma empresa pequena, com poucos funcionários. Logo, o problema de mobilidade nos atingiu bastante”, contou Alexandre Duarte, diretor da Teprem Técnica Pré-Moldados Engenharia, situada na Praça da Bandeira, na capital.
Plano emergencial
Mais de 20% das indústrias também enfrentaram dificuldades no recebimento de matéria-prima e 30% no escoamento da produção. Para outras, os problemas foram ainda mais graves: parques industriais alagados (em 12,6%) e danos em seus produtos finais (5%). “No Sul Fluminense, diversas empresas sofreram as consequências diretamente em toda a sua linha de produção, desde a parte de insumos até o produto final. São prejuízos significativos. Esse cenário de caos mostra que não estamos projetados de forma adequada ou, pelo menos, não estamos cuidando de modo apropriado da manutenção do fluxo de escoamento das águas das chuvas”, destacou Antônio Carlos Vilela, presidente da Firjan Sul Fluminense.
Vilela, também diretor da Schweitzer do Brasil, contou que a empresa conseguiu escapar dos efeitos do temporal, por ter investido no desenvolvimento de um plano emergencial, após anos sofrendo os impactos dos altos índices pluviométricos. “Todos temos que trabalhar em conjunto na busca de soluções, desde a iniciativa privada, passando pelos municípios e pelo estado, até a federação. Mas em curto prazo, recomendo que cada empresa faça uma análise criteriosa de suas vulnerabilidades, diante do cenário de altas chuvas, e crie um plano de contingência para minimizar os impactos e não precisar parar as máquinas”, ressaltou.
Fonte: Firjan